DIGAM LÁ SE NÃO É...
Sabem aqueles filmes
em que escritores desgostosos da vida e com ausência de inspiração se recolhem
a lugares fantásticos como chalés nas montanhas, ou em falésias à léguas de distância
da civilização? Pois é. No sábado de chuva miúda, por obra de algum anjinho do céu, passou um filme na tv a cabo no melhor estilo dona Maricota, como dizem os meus
filhos. E vocês perguntam, porque vocês são boa gente:
-Mas ó Pitanga, o que
é um filme Dona Maricota?
É aquele em que há
muito riso misturado à lágrimas e no final, o mocinho fica com a mocinha.
Pronto!
Mas eu dizia, ah sim,
então estava lá euzinha enroscada a ver o filme
com a Demi Moore em que ela, depois de perder o filho , vai para um destes
lugares que só existem na nossa imaginação e nos filmes, é claro. Ela entra no
chalé e ele está todo arrumado com móveis, eletrodomésticos, mantas limpinhas e
coloridas sobre os sofás e uma caminha fofa e com lençóis de algodão egípcio.
Ah, já disse que a lareira estava acesa? Estava. É que sempre tem um vizinho
que faz a limpeza e deixa o chalé em ordem para o caso de aparecer algum
escritor à procura de inspiração. Nos filmes é assim.
Agora vem a melhor
parte. Em frente ao chalé, que fica numa falésia, há um farol e nele, é claro,
o “homem do farol”. Ele é feio? Não. É corcunda? Não. Faltam-lhe dentes? Não.
Ele é charmoso, misterioso, fala duas línguas, tem os olhos verdes e um
ante-braço moreno e pronto para lhe dar
“aquela pegada” ao melhor estilo Wagner Moura e Camila Pitanga em alguma
novela das nove, que sempre começa às dez. Ela ,que sempre viveu em Londres, vejam só, sabe pilotar um bote a motor como ninguém e vai ao encontro do farol e aí rola
um romance e vocês já sabem como termina.
Então eu vos
pergunto, que agora a bisbilhoteira aqui, sou eu:
-Alguma vez na vida
alguém já lhes ofereceu um chalé, uma cabana, um trailer, a Carrinha Mágica que fosse, para que vocês
buscassem inspiração de alguma coisa?
Ta aí! É por isso que
ninguém aqui é escritora famosa! O que nos falta não é a inspiração. É o chalé e o homem do farol! Pronto! Falei!
Super concordo
ResponderExcluir#precisodeumchalé
Adorei!
Tina, essas coisas nunca acontecem com a gente! hehe
Excluir#precisodeumchalé
ResponderExcluirTambém! Com vizinhos assim.
Mas, ao invés do homem do farol, será que poderia ser o Almir, ali da sua outra postagem?
Beijo!
Ana Paula, o Almir dava o maior jeito. Sua voz mansa, a viola...
ExcluirPitanga, minha amiga, estou feliz! Voltaste a escrever com a ironia e a força de há uns tempos atrás. este teu texto é um mimo de gozo e gosto pela vida! Que bom!
ResponderExcluir(e sabes a melhor? também vi esse filme, há um ror de anos :-))) )
Beijo grande
JUSTINE, só hoje voltei a entrar na árvore. Seria tão bom umas historinhas assim na nossa vida! Mas não há nada pra ninguém, minha amiga. Nem farol, nem chalés, nem sequer um incentivo à inspiração! Ó dó!
ExcluirFarol não quero e muito menos o homem do farol, mas já estive num local, na ilha das Flores, que inspira qualquer um. Beijoca!
ResponderExcluirRAFEIRO PERFUMADO, aqui também há lugares inspiradores, mas não com essa produção toda! É preciso sorte! Abraços e volta sempre.
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