COISAS ARTIFICIAIS

 É um Novembro atípico, sim senhor! Talvez toda a estação seja atípica, como o próprio momento do país, mas isto é outra história. O carioca começou a se acostumar com a chuva e até já se vê guarda- chuvas mais bonitinhos do que o normal. Fins de semana cinzentos, fresquinhos, tornam muito difícil a tarefa  de tentar perder os quilos adquiridos nas festas de família, que parecem acontecer todos os fins de semana. É um atropelamento o ano inteiro. Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, aniversários, aquelas famosas reuniões de amigas no barzinho de costume...Chuva pede sopas, carne de panela da avó, bolo de milho, feijoada, filme e pipoca...

Mas o quê fazer com aquele jeans tão solitário, no armário, compradinho  em um mês qualquer, para um evento qualquer? Você tem a impressão que a única peça, naquele dia, que te cabe muito bem é a sandália de salto e tirinhas finas. Brasileira tem o poder de reter líquido e até o anel fica apertado, se o termômetro sobe 10 graus! 

Mas agora temos um outro modernismo jamais imaginado nesta cidade de São Sebastião: o bronzeamento artificial. Não aquele feito em clínicas caras e que te deixa com o alaranjado do Trump. É uma mousse, um liquido, um creme, que vêm em potinhos milagrosos que juram que são graduais, permanentes e não mancham as roupas, cabelos ou a fronha do travesseiro. São instantâneos, sim senhor, e têm perfume suave mas se percebe o bronze escorrendo no próximo banho que você tomar.  Não sai tudo mas vai saindo e você vai aplicando conforme a necessidade e o comprimento da saia que vai usar. Outra desvantagem é que se você tiver uma manchinha, uma sarda, um melasma mínimo e de estimação, o produto vai potencializar e fica tudo bronzeadinho, chamando mais atenção para o "defeitinho". Mas é o que temos pra hoje, nesta Primavera em que faz três temperaturas em um só dia e carioca que se preza não sai de vestido com a  pele "amarelo escritório".